
Isso aqui é o Danny Boyle dizendo "vejam só, eu sou tão interessante como diretor que posso escolher qualquer besteira pra filmar que ainda serei indicado ao Oscar".
O filme combina o culto à dor (já falei muito sobre esse assunto; quem se interessar, leia minhas críticas sobre Enterrado Vivo ou Biutiful) com outro modismo do cinema que eu detesto - a substituição de conteúdo por estilo.
No filme, o que acontece é apenas o seguinte: rapaz sofre acidente idiota; rapaz amputa o próprio braço - não importa onde o Danny Boyle enfia a câmera, em quantas vezes ele divide a tela, quantas sequências de delírio ele insere na história, nada muda o fato de que o filme é apenas "rapaz sofre acidente idiota; rapaz amputa o próprio braço" (não há nenhuma tentativa de aprofundamento psicológico).
Estilo não é um fim em si mesmo - apenas o meio para se contar uma história. Inverter essa ordem revela que o diretor só está interessado em se mostrar (ainda mais quando o pouco de história que ele traz serve mais pra incomodar a platéia).

Indicado a 6 Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator pra James Franco.
Detalhe: um filme que não tem história e só tem algum valor por causa da direção foi indicado a Melhor Roteiro (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) e não foi indicado a Direção. Resta alguma dúvida de que a Academia não tem mais critério?
127 Horas (127 Hours / EUA - ING / 2010 / 94 min / Danny Boyle)
Orçamento: US$ 18 milhões
Bilheteria atual: US$ 30 milhões
Nota do público (IMDb): 8.1
Nota da crítica (Metacritic): 8.2
Assista o trailer
INDICAÇÃO: Quem gostou de Enterrado Vivo, Na Natureza Selvagem, Irreversível, Menina Má.com, etc.
NOTA: 3.0