
Arnaldo Jabor escreveu e dirigiu o filme, que parece ter algo de autobiográfico também. Ele se passa no Rio de Janeiro da Urca após a 2ª Guerra e fica saltitando entre 3 períodos diferentes - não que haja qualquer cronologia entre os acontecimentos, ou mesmo um enredo. Na verdade o filme é uma bagunça sem estrutura, sem gênero, cheia de pontas soltas, desvios desnecessários... Uma coleção nostálgica de memórias de Jabor que parece ter sido feita mais pro deleite dele, sem grandes considerações pela platéia. O filme alterna entre o cômico, o depressivo, o inocente, o doentio, o elegante, o trash... A justificativa de Jabor pra isso tudo sem dúvida é a de que "a vida é assim". Aham, senta lá...
É uma piada de mau gosto a palavra "felicidade" no título, afinal não há nenhum personagem feliz no filme inteiro. "Ninguém é feliz, por sorte dá pra ser alegre" - quando Marco Nanini solta essa frase, ela vem como se fossem palavras de sabedoria; uma verdade universal. No mundo de Jabor isso parece ser mesmo uma realidade. Nem me surpreende o fato dele ter ficado quase 30 anos sem fazer cinema - algo que só pode ser realizado com um mínimo de entusiasmo.

A Suprema Felicidade (BRA, 2010, Arnaldo Jabor)